Ficha Informativa – Sociedade e vida quotidiana na segunda metade do séc. XIX (1)
A Vida quotidiana na cidade
A modernização das cidades
As principais cidades do País – Lisboa e Porto – foram as que mais cresceram e se modernizaram, com novas construções e criação de importantes serviços públicos:
- Abriram-se avenidas;
- Pavimentaram-se ruas, fizeram-se passeios;
- Arranjaram-se jardins;
- Construíram-se novos edifícios públicos – mercados, tribunais, teatros, escolas, hospitais, estações de comboio, pavilhões de exposições.
- A higiene melhorou graças a: recolha de lixos, instalação de redes de esgotos e da água canalizada;
- Passou a existir iluminação pública nas ruas;
- Foi criado o primeiro corpo de bombeiros e iniciado o policiamento das ruas;
- Apareceram os primeiros transportes públicos coletivos – o “americano” e o “chora” – carros de quatro rodas puxados por cavalos.
As atividades económicas na cidade:
A burguesia | As Classes populares |
| Destacavam-se pelas suas riquezas. Aos mais ricos o rei concedeu-lhes títulos de nobreza. | Maioria da população, viviam em más condições de vida. |
| Profissões: · Industriais; · Banqueiros; · Comerciantes; · Militares; · Membros do governo; · Professores; · Médicos; · Advogados · Funcionários públicos. | Profissões: · Vendedores ambulantes; · Trabalhadores de várias artes e oficinas; · Empregados de balcão; · Operários; · Criadas; Surgimento de novas profissões com a modernização das cidades: · Empregados dos transportes públicos, companhias das águas e correios; · Canalizadores. |
Habitações:
| A burguesia | As Classes populares |
| Os mais ricos habitavam ricas e luxuosas moradias, rodeadas de jardins, situadas nos arredores da cidade. A classe média habitava nos novos bairros em confortáveis andares. | Habitavam em bairros miseráveis, nas zonas mais pobres da cidade, sem condições de segurança e de higiene. Em Lisboa eram os “pátios” e no Porto eram as “ilhas”. |
| Ricamente decorada, com mobiliário rico, cortinados, porcelanas e quadros. Possuíam muita criadagem: amas, cozinheiros, jardineiros…
| As casas não tinham condições de higiene e segurança: eram velhas e apertadas, sem esgotos e sem água potável e com mobiliário muito reduzido.
|
A vida quotidiana na cidade:
| Alimentação | Vestuário | Divertimentos | |||
| Burguesia | Classes populares | Burguesia | Classes populares | Burguesia | Classes populares |
| – Rica e variada; – Faziam 4 refeições por dia; – Comiam: Carne, doces, bolachas; – Nos cafés e pastelarias consumiam: chás, cafés, refrescos e gelados. | – Pobre e pouco variada; Comiam: pão, batatas, toucinho e por vezes bacalhau ou sardinha; – Muitos passavam fome e mendigavam na rua. | – Vestiam-se segundo a moda francesa; – Compravam as suas roupas nos grandes armazéns de Lisboa e Porto que encomendavam as coleções em Paris. | – Vestuário simples e adaptado à profissão; – Roupas velhas e remendadas; – Alguns andavam descalços. | – Passeavam em jardins onde ouviam música e conversavam; – Iam ao Teatro e à ópera; – Jogavam jogos de salão; – Frequentavam bailes e cafés. – Faziam piqueniques, passeios de bicicleta e iam a banhos às termas. | – Tinham pouco tempo para se divertirem; – No fim do dia de trabalho iam à taberna ou tasca do bairro; – Os principais locais de convívio eram: as romarias, as feiras, as festas religiosas ou a rua. |
A Luta do operariado:
Na segunda metade do século os operários de Lisboa e do Porto constituíam um novo grupo social – o operariado.
Começaram a organizar as primeiras associações e as primeiras greves, como protesto contra os baixos salários e as más condições de trabalho.
Com estes movimentos a população começou a tomar consciência que podia lutar pelos seus direitos.
Emigração portuguesa no século XIX
Muitos portugueses emigraram no século XIX à procura de uma vida melhor.
Principais destinos dos emigrantes rurais portugueses do séc. XIX
Muitos dos emigrantes portugueses no Brasil enriqueceram e acabaram por regressar a Portugal. Eram os chamados “brasileiros de torna-viagem”. Com a sua riqueza contribuíam para o desenvolvimento das suas aldeias, através da construção de escolas, hospitais, praças, enquanto compravam terrenos e construíam casas luxuosas. Era uma forma de exibirem o seu sucesso e de se tornarem influentes.
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